Médicos e pacientes exigem medidas urgentes para impdir a iminência de crises de derrame na América Latina

Cidade do México, 8 de setembro de 2011 – É necessário haver uma medida coordenada urgente por parte de governos nacionais, sociedades médicas e organização de pacientes para evitar uma crise na saúde pública decorrente de uma tendência de derrames passíveis de prevenção que deixam muitos indivíduos com fibrilação atrial (FA) incapacitados mental ou fisicamente ou mortos todos os anos. How Can We Avoid a Stroke Crisis in Latin America? (Como podemos evitar uma crise de derrame na América Latina?), um relatório do Action for Stroke Prevention – um grupo formado por especialistas na área da saúde do mundo todo – revela o peso sócio-econômico e pessoal significativo dos derrames relacionados com a FA em toda a região. Lançado hoje na 3ª Conferência Latino Americana da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Estudos de Desfecho (ISPOR), o relatório propõe medidas para abordar o derrame em pacientes em FA, o ritmo cardíaco anormal mais comum e sustentado e uma principal causa do derrame.

“Trata-se de uma epidemia que já está acontecendo. O derrame é uma séria ameaça à saúde pública na América Latina,” disse o Dr. Carlos Cantú, Professor do Programa de Derrame da Universidade Nacional Autônoma do México; membro-fundador da Associação Mexicana de Derrame. “Comparadas com a população geral, as pessoas com fibrilação atrial apresentam um risco significativamente mais alto de ter um derrame e estes eventos de derrame tendem as ser mais graves, causam maior incapacidade e apresentam piores resultados. É, portanto, provável que estes derrames incorram mais custos para os sistemas de saúde, sobreviventes e familiares.”

Derrames relacionados com a fibrilação atrial são passíveis de prevenção
O relatório do Action for Stroke Prevention ressalta a magnitude do impacto do derrame na América Latina e descreve medidas para evitar o derrame em pessoas que sofrem de FA. O diagnóstico inadequado da FA, bem como o uso incorreto de tratamentos anticoagulação e os efeitos colaterais dos atuais tratamentos significam que um encargo desnecessário e pesado é atribuído ao paciente, seus familiares e cuidadores, bem como aos sistemas de saúde em toda a região. Há medidas simples, que, se tomadas agora, podem evitar um número expressivo de mortes, deficiências e custos resultantes do derrame.

As recomendações do Action for Stroke Prevention, que são endossadas por 37 organizações médicas e de pacientes na América Latina e em todo o mundo, incluem:

  • Mais conscientização do impacto da FA e de derrames relacionados com FA
  • Desenvolver métodos para o diagnóstico prematuro e adequado da FA e avaliação dos riscos do derrame
  • Assumir abordagens novas e melhores para evitar o derrame em pacientes com FA
  • Facilitar a troca de melhores práticas entre os governos nacionais da América Latina
  • Desenvolver estratégias para respaldar o cumprimento das diretrizes
  • Fornecer administração adequada e igualitária de tratamentos para pacientes com FA em todos os países da América Latina
  • Avançar pesquisas relacionadas com as causas, prevenção e controle da FA e abordar a atual escassez de informações de teor epidemiológico na América Latina

“A maioria dos derrames relacionados com FA é passível de prevenção através da detecção precoce e melhor controle da doença. As recomendações do nosso relatório oferecem medidas estratégicas que podem ser tomadas para evitar uma epidemia potencialmente devastadora,” declarou o Dr. Jorge Gonzalez-Zuelgaray, Chefe do Serviço de Arritmia e Eletrofisiologia do Sanatorio de la Trinidad San Isidro, Buenos Aires; presidente da Aliança de Arritmia e Associação de Fibrilação Atrial, Argentina. “Aumentar o entendimento de FA e derrame relacionado com FA entre governos, profissionais da área da saúde e o público, incentivar o desenvolvimento e o uso de novas abordagens para o controle da FA e aprimorar o cumprimento das diretrizes clínicas são as primeiras medidas.”

Aprimorar o acesso a um atendimento melhor prestado ao paciente
Além do alto risco de derrame, os pacientes com FA sofrem de derrames mais graves e apresentam um diagnóstico pior após o evento do que os pacientes sem FA. Para muitos pacientes, sobreviver um derrame pode ser pior do que morrer dessa consequência. O derrame geralmente resulta em danos abrangentes e duradouros e deficiências para os pacientes. Funções básicas que muitos de nós tomamos por certo, como caminhar e falar, podem ser gravemente afetadas e o surgimento repentino do derrame significa que a pessoa afetada e seus familiares não estão preparados para lidar com o ônus físico, psicológico e financeiro que a doença pode impor.

“Os legisladores e contribuintes precisam entender melhor a FA e o derrame relacionado com a FA para tomarem decisões informadas,” disse Trudie Lobban, fundadora e fideicomissária da Aliança de Arritmia e co-fundadora e CEO da Associação de Fibrilação Atrial. “O risco de um derrame relacionado com FA aumenta com a idade. Cada um de nós tem uma em cada quatro chances na vida de desenvolver FA, portanto, fica claro que há uma necessidade médica não cumprida para a prevenção do derrame em pessoas com fibrilação atrial.”

Os pacientes com FA geralmente não têm acesso suficiente às informações a respeito de sua condição e respectivo tratamento. No entanto, diversas organizações estão trabalhando para aprimorar o acesso às informações sobre FA na América Latina.

“Quando diagnosticadas com FA, as pessoas podem se sentir sem informações e apoio. Elas estão em uma mudança emocional vivendo com o estresse que pode ser causado pelos sintomas da FA e o medo do derrame,” informou Mellanie True Hills, fundadora e CEO da StopAfib.org. “É fundamental que retiremos as barreiras ao atendimento ao paciente e apoiemos a melhoria da comunicação e instrução a pacientes e médicos. Se agirmos agora, de maneira estratégica e deliberada, a prevenção é possível.”

– FIM –

Sobre FA e derrame
FA é o ritmo cardíaco anormal mais comum e sustentado,13 fazendo com que as duas câmaras superiores do coração (o átrio) tenham batimentos rápidos e irregulares em vez de baterem com regularidade. Isso não permite que o sangue seja completamente bombeado, que, por sua vez, causa pooling que pode levar ao entupimento no átrio. Se um coágulo de sangue sai do átrio, ele pode se alojar em uma artéria do cérebro, bloqueando o fluxo de sangue e fazendo com que o paciente sofra um derrame isquêmico 14 A FA é responsável por 20% de todos os derrames isquêmicos.14

Embora o atual tratamento para derrame – antagonistas da vitamina K, acenocoumarol e fenprocoumon – possa ser eficaz, o tratamento também está relacionado com diversos impasses e atualmente não é usado adequadamente, em particular nos pacientes idosos que estão em maior risco de derrame.15

Prevenir a FA em pacientes com risco de arritmia, diagnosticar a FA antes de ocorrer o primeiro derrame e seguir as recomendações com relação ao uso de tratamento anticoagulantes, inclusive novas opções de tratamento potenciais, são medidas fundamentais para a prevenção eficaz de derrames relacionados com FA.16

Sobre o relatório
O grupo de autores e editores é formado por cardiologistas, neurologistas, clínicos gerais, hematologistas, representantes de pacientes e farmacêuticos hospitalares.

A demanda por medidas e as recomendações do relatório são endossadas por:

O relatório do Action for Stroke Prevention só foi possível de ser realizado através do patrocínio da Bayer HealthCare Pharmaceuticals. O relatório e todos os materiais relacionados foram determinados pelos autores independentemente da Bayer HealthCare Pharmaceuticals.


Contatos para a imprensa

Para a imprensa internacional:

Melissa Gonzalez
Email: [email protected]
Tel: +1 (212) 453 2047


Highlights

  • Médicos e pacientes exigem que os legisladores nacionais da América Latina tomem medidas urgentes contra o derrame passível de prevenção, que, todos os anos, afeta milhões de pessoas com fibrilação atrial (FA)
  • A FA aumenta cinco vezes o risco de derrame e é responsável por um em cada cinco de todos os derrames isquêmicos causados por um coágulo de sangue que bloqueia uma veia sanguínea no cérebro1,2,3,4
  • Milhões de pessoas na América Latina sofrem de FA
    • No Brasil, há cerca de 1,5 milhão de pacientes que convivem com a FA5
    • Na Venezuela, acredita-se haver 230.000 pessoas que sofrem de FA e prevê-se que este índice chegue a um milhão até 20506
  • As conseqüências de um derrame podem arrasar a vida não só do paciente, como também a dos familiares e cuidadores.7,8 A maioria dos sobreviventes necessita de ajuda e tratamento por longo prazo9
  • As implicações econômicas do derrame são significativas. Por exemplo, na Argentina e no Brasil, calculou-se que os gastos com assistência médica na hospitalização inicial de pacientes com derrame em âmbito nacional são de aproximadamente US$434 milhões e US$450 milhões, respectivamente10,11
  • Prevê-se que o impacto do derrame aumente significativamente à medida que a população envelhece e que as mortes causadas por derrame na América Latina triplicarão até 202412

Referências

1 Kannel WB, Benjamin EJ et al. Prevalence, incidence, prognosis, and predisposing conditions for atrial fibrillation: population-based estimates. Am J Cardiol 1998;82:457–507

2 Wolf PA, Abbott RD, Kannel WB. Atrial fibrillation as an independent risk factor for stroke: the Framingham Study. Stroke 1991;22:983–8

3 American College of Cardiology. CardioSmart. Atrial fibrillation. 2010

4 Marini C, De Santis F, Sacco S et al. Contribution of atrial fibrillation to incidence and outcome of ischemic stroke: results from a population based study. Stroke 2005;36:1115–19

5 Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. [Brazilian guidelines on atrial fibrillation]. Arq Bras Cardiol 2009;92:1–39

6 Fuenmayor AJ, Fuenmayor AM. Nonpharmacological treatment of atrial fibrillation. Avances Cardiol 2009;29:286–95

7 Mayo NE, Wood-Dauphinee S, Ahmed S, et al. Disablement following stroke. Disabil Rehabil 1999;21:258-68

8 Kappelle LJ, Adams HP Jr, Heffner ML, et al. Prognosis of young adults with ischemic stroke. A long-term follow up study assessing recurrent vascular events and functional outcome in the Iowa Registry of Stroke in Young Adults. Stroke 1994;25:1360–5

9 Wolfe C, Rudd A. The Burden of Stroke. White Paper: Raising awareness of the global toll of stroke-related disability and death. 2007. http://www.safestroke. org/Portals/10/FINAL Burden of Stroke.pdf. Accessed March 2011

10 Christensen MC, Previgliano I, Capparelli FJ et al. Acute treatment costs of intracerebral hemorrhage and ischemic stroke in Argentina. Acta Neurol Scand 2009; 119:246-53

11 Christensen MC, Valiente R, Sampaio SG et al. Acute treatment costs of stroke in Brazil. Neuroepidemiology 2009; 32:142-9

12 World Health Organization. The global burden of disease: 2004 update. 2008. http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/GBD_report_2004update_full.pdf. Accessed March 2011

13 Kannel WB, Benjamin EJ et al. Prevalence, incidence, prognosis, and predisposing conditions for atrial fibrillation: population-based estimates. Am J Cardiol 1998;82:457–507

14 Marini C, De Santis F, Sacco S et al. Contribution of atrial fibrillation to incidence and outcome of ischemic stroke: results from a population-based study. Stroke 2005;36:1115–9

15 Rane A, Lindh JD. Pharmacogenetics of anticoagulants. Hum Genomics Proteomics 2010;2010:754919

16 Kirchhof et al. Early and comprehensive management of atrial fibrillation: Proceedings from the 2nd AFNET/EHRA consensus conference on AF entitled ‘research perspectives in AF’. EurHJ 2009


Como podemos evitar uma crise de AVC na América Latina?